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04/11/2016 - Clipping - IOnline (Portugal)- Casamentos aumentam pela primeira vez em 15 anos

Depois de anos a perder fé no matrimónio, alguma coisa pode estar a mudar. As Estatísticas Demográficas de 2015 divulgadas ontem pelo INE revelam que o número de casamentos aumentou pela primeira vez desde o ano 2000. Ao todo houve 32 393 casamentos no país, mais 915 do que no ano anterior – um aumento de 2,9%.
A subida é ligeira e o número de enlaces continua abaixo do que se registava em 2012 (34 mil casamentos). Mas se durante anos foram os divórcios que aumentaram, os dados do INE – que só dão conta das dissoluções de casamento até 2013 – sugerem que nas rupturas a tendência tem sido para diminuir.
São muitos os indicadores divulgados pelo INE que permitem ir analisando as tendências na vida dos portugueses. Os dados divulgados ontem revelam que, pela primeira vez, a percentagem de crianças nascidas no seio do casamento ficou abaixo dos 50% (apenas 49,3% dos bebés de 2015, menos de metade, vieram ao mundo na chamada família tradicional). Há cinco anos, em 2010, a percentagem de crianças nascidas dentro do casamento ainda tinha uma maioria relativamente confortável de 58,7%. 
O INE revela que, tal como tem aumentado a percentagem de crianças fora do casamento, continua a subir a proporção de bebés cujos pais não vivem sequer juntos – a percentagem de nados-vivos fora do casamento e sem coabitação passou de 9,2% em 2010 para 16,3% em 2015.
Viver junto antes de casar é, por outro lado, cada vez mais comum. No ano passado 54,5% dos nubentes já possuíam residência anterior comum, usando a linguagem técnica do INE. É uma percentagem histórica: em 2010, a fracção era de apenas 44%. Já os casamentos exclusivamente pelo civil atingiram uma fatia também sem precedentes de 63,6%. O registos mostram uma autêntica razia nos casamentos católicos: caíram para metade em dez anos.
Quem casa, casa cada vez mais tarde é outra evidência para a qual o INE tem dados concretos: as mulheres dizem o sim em média aos 33,8 anos e os homens aos 36,3 anos, com a área metropolitana de Lisboa a registar os nubentes mais velhos(elas com 36 e eles com 39). 
No ano passado houve 350 casamentos entre pessoas do mesmo sexo, mais 42 do que em 2014. Desde 2010, assinala o INE, celebraram-se 1877 casamentos homossexuais.
país envelhecido O balanço final ainda deixa muito a desejar. No ano passado nasceram no país 85 mil crianças, mais 3133 do que no ano anterior. Ainda assim, o saldo natural continua negativo: houve mais 23 011 mortes do que nascimentos. A emigração com carácter permajnente diminuiu 18%, mas houve mais 10 481 pessoas a sair do país do que a escolher Portugal para viver. O resultado é incontornável: a população do país continua a minguar e no ano passado ficámos menos 33 492 (a redução foi, todavia, menor do que nos últimos três anos).
O resultado do aumento da esperança de vida e de um saldo natural negativo é um país cada vez mais envelhecido. A publicação do INE revela que entre 2010 e 2015 Portugal perdeu 134 341 jovens e 261 452 pessoas em idade ativa e ganhou 164 402 idosos, o que tem aumentado os índices de dependência. O índice de envelhecimento no país era de 147 idosos por cada 100 jovens em 2015, sendo o Alentejo a região mais envelhecida (191,6) e os Açores a menos envelhecida (82,4). O Instituto Nacional de Estatística adianta que, a este ritmo, os valores podem chegar a 307 idosos por cada 100 jovens em 2060.
Fonte: Jornal I
 
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