Por Miguel Rocha Junior*
Golpes envolvendo nome de órgãos públicos têm sido cada vez mais
frequentes. O crime, que muitas vezes ocorre no ambiente virtual, como pelo
envio de e-mail e mensagens de Whatsapp e SMS, leva a vítima a acreditar que
está se comunicando com essas instituições de confiança para, com isso, retirar
dela informações importantes, como dados pessoais ou, até mesmo, dinheiro, com
o pagamento de boletos.
Exemplos de golpes como esse já aconteceram com o nome de
cartórios extrajudiciais, sob a justificativa de comunicar um protesto, com os
tribunais de justiça estaduais, como o TJDFT e o TJSP, comunicando sobre
audiências falsas, com o Detran DF, comunicando multas, com o Conselho Nacional
de Justiça (CNJ), com criminosos se passando por funcionários para comunicar
pagamentos de expurgos inflacionários da poupança, e vários outros.
Normalmente, nessas mensagens, os
criminosos, passando-se pelo órgão oficial, pedem que a vítima clique em um ícone,
porém, ao realizar esta ação, automaticamente a pessoa é direcionada a uma
página maliciosa. Além dos criminosos ficarem com os dados, quando há pagamento
de boletos, esses documentos não têm conexão alguma com algum débito em nome da
vítima, sendo, a quantia, enviada para os criminosos.
Recentemente, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo alertou
para a utilização de cópias falsas de certidão de inteiro teor de Registro
Civil (nascimento e casamento). Os criminosos estavam colocando no documento
falso “QR Code” para consulta de validade de selo digital, que remetia para uma
página forjada. As certidões originais expedidas por unidades extrajudiciais do
Estado de fato possuem um código escaneável para verificação de autenticidade e
remetem para o endereço https://selodigital.tjsp.jus.br.
No Distrito Federal, o golpe envolvia leilões virtuais falsos. A
prática foi alertada pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios.
O órgão explica que é importante ficar atento a alguns pontos fundamentais para
evitar se tornar uma vítima de criminosos.
Uma forma de se proteger de possíveis golpes é pesquisar na
internet os números dos telefones informados em documentos ou e-mails
recebidos. É comum haver registro nos sites eletrônicos de reclamação.
Para maior chance de sucesso, os cibercriminosos usam logotipos,
cores e slogan das marcas para dar mais veracidade ao e-mail. Por mais que
pareça ser uma mensagem verdadeira, desconfie.
Caso a comunicação recebida oriente a clicar em determinado
endereço de internet, observe a extensão das páginas indicadas. Os sites de
internet de órgãos públicos oficiais brasileiros têm endereços que terminam
em.jus.br (Poder Judiciário), .gov.br (Poder Executivo) e .leg.br (Poder
Legislativo).
*Miguel Rocha Junior é um dos fundadores da
Escriba Informatização Notarial e Registral, além de CEO da empresa.