Três anos após receber um coração novo recebido no Hospital de Clínicas
de Porto Alegre, Clarissa Auler venceu a competição Rainha do Mar, em
Copacabana, no Rio de Janeiro
Com o coração transplantado há cerca de três anos e desafios vencidos
pelo caminho, Clarissa Auler, 44 anos, é um exemplo de que essa condição não é
impeditivo para realizar sonhos. Nadadora amadora, ela conquistou, no fim de
janeiro, o primeiro lugar no circuito de águas abertas Rainha do Mar na prova
de 500 metros da categoria de pessoas com deficiência. A competição ocorreu na
praia de Copacabana, no Rio de Janeiro.
— Foi um momento maravilhoso, ainda estou curtindo o que aconteceu —
afirma.
Para a paciente do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), ter
participado da competição ajudou a mostrar para si mesma que era capaz de terminar
uma prova de águas abertas, e contribuiu para chamar a atenção sobre o
tema.
— Reflitam sobre a doação de órgãos, conversem com suas famílias. É
muito importante para quem está na fila de espera por um órgão. A gente vive um
momento de muita incerteza e, quando acontece a ligação, é um presente de Deus.
Foi o dia mais feliz da minha vida! O segundo dia foi no Rainha do Mar, por
poder me superar e mostrar que estou muito bem com o transplante de coração —
diz Clarissa.
Até chegar nesse momento, ela conta que enfrentou a rejeição do órgão
transplantado, o que a levou a fazer um procedimento cardíaco, e uma
labirintite, que a deixou meses sem poder nadar. Por último, há poucas semanas
do circuito, teve covid.
— A minha equipe, liderada pelas médicas Nadine Clausell e Lívia Adams
Goldraich e pela enfermeira Letícia Orlandin, nunca me desanimou, pelo
contrário. Mostrava que, apesar desses ajustes no pós-transplante, é possível
ter uma vida plena aliada à prática de esportes — comenta ela.
Clarissa diz que esse foi o primeiro prêmio em uma competição e espera
que venham mais.
Doe órgãos
O HCPA é um dos principais centros de transplante do estado, realizando
o procedimento de coração, pulmão, fígado, pâncreas, rins e córneas. Seja um
doador e comunique a sua decisão para a família. Também é possível registrar
gratuitamente em cartório a sua vontade.
Fonte: Gaúcha ZH