Na
Câmara dos Deputados, diversas propostas de emenda à Constituição foram objeto
de debate nos últimos anos
A
reforma tributária é apontada como uma das pautas prioritárias do novo governo
e do Congresso Nacional. Na Câmara dos Deputados, estão em discussão algumas
propostas de emenda à Constituição (PECs) que têm o propósito modificar as
normas de tributação. Três delas (PECs
45/19, 110/19 e 7/20) foram objeto de
debate nos últimos três anos.
A PEC 7, aprovada na comissão
especial, pretende cobrar o imposto sobre o consumo apenas na venda final ao
consumidor, permite aos estados a adoção de alíquotas complementares de imposto
de renda e busca retirar encargos da folha de salários. As duas outras
propostas têm um mecanismo que busca descontar o imposto pago em fases
anteriores.
Em
2020 e 2021, o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) produziu um relatório,
unificando os textos das PECs 45 e 110 (esta última aguarda votação no Senado
Federal). A PEC 45, que chegou a ser avocada para ser votada diretamente pelo
Plenário, foi baseada em estudos realizados pelo novo secretário especial da
Reforma Tributária, Bernard Appy.
O
relatório de Aguinaldo cria o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) em
substituição a cinco tributos: PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS. A ideia é
simplificar o sistema e fazer com que a tributação sobre consumo seja cobrada
apenas no destino final das mercadorias e serviços. Para isto, seria feita uma
transição de seis anos. Algumas dificuldades são encontrar uma alíquota que não
pese muito para o setor de serviços e amenizar as perdas de estados produtores
como São Paulo.
Nova
discussão
O
deputado
Reginaldo Lopes (PT-MG),
que participou de comissão especial criada para analisar a PEC 7/20, acredita
que é melhor juntar todas as propostas, as velhas e as novas, e rediscutir
tudo.
“Precisamos
retomar este debate em uma nova comissão especial. O sistema atual, para mim,
esgotou. É um sistema que reproduz desigualdade porque rouba os recursos dos
mais pobres, dos consumidores. Os 34 países mais ricos do mundo tributam no
máximo 17 a 20% no consumo. O Brasil tributa mais de 50%”, avalia.
Lopes
explicou que o governo também quer taxar mais a renda e o patrimônio para
oferecer alíquotas menores no imposto sobre consumo. Além disso, o presidente
Lula disse na campanha que pretendia isentar de Imposto de Renda os ganhos até
R$ 5 mil mensais.
Manutenção
da carga tributária
A
deputada
Bia Kicis (PL-DF), relatora
da PEC 7, afirma ser favorável a uma maior taxação da renda mas defende a
manutenção da carga tributária geral; ou seja, que empresas e pessoas físicas
não tenham que aumentar o que repassam para o governo em seu conjunto.
“A
produção vai ser totalmente desonerada. O consumo vai ser cobrado só lá na
ponta. Desonerando a cadeia, você tem uma produção muito mais barata. Com isso,
você reduz o preço da mercadoria. E aí faz com que empresários e industriais
abram mais postos de trabalho. Contribui para vencer o desemprego”, avalia.
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Saiba mais sobre a tramitação de PECs
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Reportagem
– Sílvia Mugnatto
Edição – Rachel Librelon
Fonte: Agência Câmara de Notícias