Cancún (México) – Com a presença de cinco
representantes, o notariado brasileiro participou nos dias 26 e 27 de novembro
da 108ª Sessão Plenária da Comissão de Assuntos Americanos (CAAm) da União
Internacional do Notariado (UINL), encontro que reúne os notariados dos países
da América do Sul, Central, Caribe e Norte para debater os avanços e projetos
em torno da atividade para a região.
Participaram do encontro os ex-presidentes
do Colégio Notarial do Brasil – Conselho Federal (CNB/CF), José Flávio Bueno
Fischer e Ubiratan Guimarães, e os membros indicados para o Conselho Geral da
UINL, Rodrigo Reis Cyrino e José Renato Vilarnovo Garcia, além da representante
do Brasil na Comissão de Regularização Fundiária da CAAm, Marla Camilo, notaria
no Espírito Santo.
O encontro foi conduzido pelo presidente
da CAAm, o notário mexicano David Figueroa Marquez, que esteve ao lado da
presidente da UINL, a argentina Cristina Armella e marcou também a realização
do 7º Encontro das Comissões Americana e Africana, que tem ocorrido com
frequência anual visando a maior aproximação entre os trabalhos notariais de
ambos os continentes.
“Esta é uma forma muito importante de
mantermos uma aproximação e uma troca de experiência entre os nossos dois
continentes, fazendo ressoar na UINL as demandas e interesses de americanos e
africanos”, disse o ex-presidente da entidade, Daniel Sedár-Senghor. “Acredito
que a força da União está em suas diferenças e o maior conhecimento entre
notários destes dois continentes poderá nos ajudar a construir cada vez mais
pontes entre nossos notariados”, disse Marquez.
Entre os informes destacados por cada país
foram encontrados problemas junto aos notariados do Uruguai, Paraguai e Costa
Rica, este último com um projeto de lei que visa retirar o valor tabelado dos
emolumentos. Ao final do encontro, uma moção assinada por todos os países
presentes e pelas duas entidades internacionais foi entregue ao notariado
costarriquenho para ser levada aos legisladores do país.
Pelo Brasil, coube ao conselheiro da União
Internacional do Notariado e presidente do CNB/RS, José Flávio Bueno Fischer
apresentar o Informe Notarial do país, em painel onde cada país realiza uma
breve exposição sobre a atual conjuntura do notariado em seu território. Entre
os destaques apresentados estiveram a plataforma e-Notariado, os módulos e-Not
Assina e de Autorização Eletrônica de Viagem, a ampliação de representatividade
em âmbito nacional e a interlocução com os poderes públicos.
“O notariado brasileiro se tornou de
vanguarda para o mundo em razão de seu dinamismo e de sua adaptação para o meio
digital”, disse a presidente da UINL, Cristina Armella. “Para nós, do
continente americano é um orgulho ver um país das Américas liderando a migração
do notariado para o meio eletrônico, um trabalho monumental do notariado
brasileiro que deve inspirar os demais”, completou. Países como Argentina e a
província de Quebec, no Canadá, chegaram a praticar atos eletrônicos, ainda que
de forma temporária, durante os períodos mais duros da Covid.
Vice-presidente da UINL para a América do
Sul e integrando a diretoria da Comissão na legislatura, Ubiratan Guimarães
apresentou um relatório dos avanços nos países do continente, destacando os
trabalhos de identificação do notariado colombiano, as ações acadêmicas e de
combate à lavagem de dinheiro no Peru e no Equador e as situações enfrentadas
em países como Uruguai e Paraguai. “Acredito que o notariado caminha para um
futuro cada vez mais digital, sem a perda da segurança jurídica, essencial para
que o cidadão continue confiando em nosso trabalho, independentemente da
plataforma onde ele é executado”, finalizou.
Ao término do encontro e da apresentação
dos relatórios das Comissões, definiu-se pela realização do próximo encontro
Americano-Africano na África, além das Jornadas Iberoamericanas a serem
realizadas na Espanha em 2023.
Fonte: CNB/CF