Número de golpes aumentou de 60% a 70% durante a pandemia
O governo federal lançou hoje (2) campanha de combate a
golpes financeiros e à violência patrimonial contra idosos, parceria entre o
Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, o Banco Central do
Brasil e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). As peças publicitárias
têm o objetivo de informar e conscientizar os idosos sobre tentativas de golpe.
De acordo com o presidente Febraban, Isaac Sidney Menezes
Ferreira, o número de golpes financeiros contra esse público aumentou de 60% a 70% durante a pandemia de
covid-19. A campanha vai destacar, por exemplo, que os bancos não enviam
funcionários para a casa dos clientes, que não é seguro acessar links recebidos
por mensagens e que, para realizar procedimentos por telefone, os idosos devem
ligar para os números de contato oficiais das instituições.
“O mais lamentável é que os golpes aumentaram quando os
idosos precisaram ficar em casa e usar canais digitais para as transações
bancárias. Passaram a intensificar os golpes, fazendo manipulações e persuasão
junto aos idosos para fornecer dados”, disse Ferreira. “A maior parte [dos
golpes] vem de fora, não são praticados no âmbito dos bancos. Os golpistas se
aproveitam exatamente da boa-fé das vítimas, que são induzidas a informar dados
como códigos e senhas bancárias”, explicou.
Durante a cerimônia no Palácio do Planalto, a ministra da
Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, assinou protocolo de
intenções com a Associação Brasileira de Educadores Financeiros para execução
de ações de educação financeira para gestores de instituições dedicadas ao
cuidado de idosos. “Não adianta só fazermos as campanhas e os bancos terem os
dispositivos de segurança. É preciso orientar os idosos sobre como cuidar das
suas finanças”, disse a ministra.
Segundo a ministra, também é uma preocupação a transferência
indevida de bens e imóveis de idosos por procuração – os casos cresceram
durante a pandemia. Damares dsse que, por isso, o governo procurou o Conselho
Nacional de Justiça, que fez recomendações aos cartórios.
Diante disso, a Associação dos Notários e Registradores do
Brasil lançou campanha para monitorar tentativas de violência patrimonial. Ao
notar algum indício de coação do idoso durante procedimento no cartório, os
funcionários deverão comunicar a situação à polícia, à Defensoria Pública ou ao
Ministério Público.
De acordo com Damares, em 2019, o Disque 100, canal de denúncias do
ministério, recebeu 38 mil denúncias de violência contra idosos.
Repasse de recursos
Também durante a cerimônia, a ministra assinou portaria que
define critérios para repasse de recursos às instituições de acolhimento de
idosos. Em junho, o Congresso Nacional aprovou uma lei que destina R$160
milhões para Instituições de Longa Permanência para Idosos - os antigos asilos
-, para ações para minimizar os efeitos da pandemia do novo coronavírus.
De acordo com Damares, os recursos oriundo do Fundo Nacional
do Idoso serão repassados às instituições por meio da Fundação Banco do Brasil.
Fonte: Agência Brasil