Novo código vai unificar dados de imóveis
em um sistema nacional
O governo federal está criando o Cadastro
Imobiliário Brasileiro, que promete funcionar com uma espécie de “CPF dos
imóveis”. O objetivo é unificar dados de moradias urbanas e rurais, públicas ou
privadas, no Sistema Nacional de Gestão de Informações Territoriais (Sinter).
Mas, afinal, o que muda para os donos de imóveis com o novo código?
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Atualmente, essas informações estão
espalhadas em diferentes cadastros. Com o novo código, elas passam a ser
padronizadas em um sistema de nível nacional, conectando dados de cartórios,
prefeituras, Incra e outros órgãos. Segundo a Receita, serão respeitadas as
regras de proteção de dados pessoais e sigilos previstos em lei.
Essa unificação vai contemplar os dados
jurídicos (proprietário, escritura e possíveis pendências), geográficos
(tamanho, limites e localização no mapa), econômicos (valor venal e uso do
imóvel), ambientais (como a indicação de áreas de preservação ou reserva legal)
e fiscais (a exemplo do IPTU e do ITR).
Na prática, isso significa que um
comprador terá mais segurança ao adquirir um imóvel, já que poderá conferir, em
um único cadastro, informações sobre quem é o dono, se existem pendências
jurídicas ou tributárias e qual é a área exata registrada no mapa. Para o poder
público, a base unificada permitirá, entre outras coisas, o melhor planejamento
urbano e rural.
A Receita Federal ressaltou que essa
medida não substitui os cartórios. Escrituras, registros de imóveis e certidões
continuam sendo feitos nos cartórios. A inscrição imobiliária no cadastro
municipal também vai continuar valendo.
Publicada em agosto no Diário Oficial da
União, a regulamentação do Cadastro Imobiliário Brasileiro estabeleceu um
calendário de implementação, com relatório final previsto para dezembro deste
ano.
O morador não precisa fazer nada para
obter o código. A geração do número ocorrerá automaticamente, a partir da
integração dos cadastros de origem. Também não haverá custo para a população.
Código não cria novo imposto
Após a circulação de informações falsas, a
Receita Federal esclareceu que o Cadastro Imobiliário Brasileiro não cria novo
imposto nem representa aumento da carga tributária sobre vendas e aluguéis de
imóveis.
Em relação à tributação, o sistema vai
servir de apoio ao funcionamento do IVA dual, o novo imposto da Reforma
Tributária que só passa a vigorar em 2027. Antes disso, em 2026, o sistema
ficará disponível para testes, sem custos para os contribuintes.
É importante esclarecer que a Reforma
Tributária não cria um tributo específico para o setor imobiliário. O que
acontece é a substituição dos impostos federais, estaduais e municipais já
existentes.
Na aprovação da Reforma Tributária no
Congresso, ficou definido que haverá redução de 70% na alíquota para aluguéis e
de 50% para vendas e outras operações com imóveis, além de redutores adicionais
que evitam aumento da carga de impostos no setor. Na prática, pessoas físicas
que tenham até três imóveis alugados e recebam até R$ 240 mil por ano em
aluguéis não pagarão o novo tributo.
Fonte: Extra